Macacos são alvos de ataques por causa da desinformação sobre febre amarela
A desinformação sobre a transmissão da febre amarela tem acarretado na morte de várias espécies de macacos em várias regiões do Brasil. Pessoas de várias localidades onde os mesmos habitam tem apedrejado, alvejado, envenenado e até mesmo queimado macacos por pura desinformação e medo de serem contagiados pela febre amarela. Saguis, Bugios, Micos-leão-dourados estão sendo alvo destes ataques que estão colocando em risco as populações de macacos. Na Mata Atlântica, onde ocorre a doença, encontram-se primatas ameaçados de extinção, entre eles, o Bugio, o Macaco-prego-de-crista, além do Muriqui do sul e do norte. Os especialistas afirmam que os macacos são vítimas da doença e não transmitem a febre amarela.

Mas como é transmitido o vírus da febre amarela?
Em áreas silvestres, de mata, o vírus é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue). Sua manifestação é idêntica em ambos os casos de transmissão, pois o vírus e a evolução clínica são os mesmos — a diferença está apenas nos transmissores. No meio silvestre os mosquitos Haemagogus e Sabethes, preferem as copas das árvores, e se alimentam do sangue dos macacos, mas quando os macacos são mortos, as fêmeas dos mosquitos podem voar mais baixo e mais longe para buscar o sangue humano.
Acima: Haemagogus, Sabethes e Aedes aegypti

O macaco é importante para as autoridades sanitárias, pois serve como indicador da presença do vírus em determinada região.
A situação é grave e os macacos precisam ser protegidos. A morte desses animais traz um enorme desequilíbrio ambiental.
Lembrando que matar animais é crime ambiental previsto no artigo 29 da Lei n° 9.605/98. “Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”, pode gerar pena de seis meses a um ano de detenção, mais multa.
Caso você presencie maus tratos ou matança de animais, deve denunciar à Linha Verde do Ibama (0800 61 8080) ou por e-mail linhaverde.sede@ibama.gov.br.
A preservação dos macacos é essencial para a prevenção da febre amarela. Se encontrar algum macaco morto, comunique imediatamente as autoridades do serviço de saúde de seu município.
MACACOS NÃO TRANSMITEM A FEBRE AMARELA
Fonte: https://www.bio.fiocruz.br